sexta-feira, 31 de março de 2017 10:37
Os piores erros no planejamento financeiro
No início do ano, geralmente temos mais
fôlego para tirar do papel os planos feitos na noite da virada. Basta planejar
seu orçamento e controlar os gastos. Parece simples, mas se feita sem cuidados
essa tarefa pode começar toda errada. Um deslize comum ao elaborar o
planejamento financeiro, por exemplo, é fazer contas usando seu salário bruto e
não líquido. Pode soar bobo, mas esse erro prejudica todo o gerenciamento das
despesas e sabota seus planos de economizar.
Para evitar que isso aconteça, selecionei alguns
erros comuns que as pessoas cometem ao fazer seu planejamento financeiro:
Achar que ganha mais do que ganha: um
dos pilares do planejamento financeiro é a renda. É a partir dela que você se
organiza para pagar as contas e poupar. Mas uma pesquisa do GuiaBolso mostra
que, em média, as pessoas superestimam a própria renda em 8,6%. Ou seja,
acreditam que vão receber mais do que de fato ganham. Uma das razões para isso
é contar com o salário bruto e não com o líquido. Em seu planejamento,
lembre-se de considerar apenas aquilo que realmente entra na sua conta
bancária.
Pensar que gasta menos: para traçar um bom plano para seu orçamento, você
precisa ser realista. Analise com cuidado seus gastos nos meses anteriores para
identificar as categorias onde poderia diminuir as despesas. É comum as pessoas
se assustarem ao se dar conta de quanto gastam, na verdade, com bares e
restaurantes no mês ou quanto pagam só de juros do cartão de crédito.
Questione-se. Será que você está assistindo a todos os canais que contratou da TV a
cabo? Se não, por que não reduz o plano? E com o celular? Não conseguiria falar
com seus amigos pelo Voip e pegar um plano pré-pago? Tanto as despesas que
sustentam seu estilo de vida quanto aquelas direcionadas aos itens básicos
podem ser menores. A recomendação é que os gastos essenciais (com transporte,
moradia, saúde, educação e mercado) não ultrapassem 50% do orçamento. Outros
15% devem ser reservados para as prioridades financeiras, sejam elas pagamento
de dívidas ou investimentos. Os 35% restantes podem ser gastos com estilo de
vida: bares, restaurantes, lazer, viagens, compras etc.
Não ter reserva financeira: imprevistos acontecem e precisamos estar preparados.
A recomendação é poupar o equivalente a até seis salários para constituir uma
poupança para eventualidades. Assim, evita-se recorrer a empréstimos que acabam
desequilibrando o orçamento em caso de emergências.
Não investir: o levantamento do GuiaBolso mostra que apenas 9,4% das pessoas
conseguem poupar e investir ao fim do mês. E quando falamos de investir não
estamos nos limitando à reserva de emergência e à previdência. Há opções de
investimentos, como Fundos DI e CDBs de bancos médios, que dão um retorno
melhor e são de baixo risco. Para começar a investir, a dica é pré-programar
uma aplicação mensal em seu banco. Assim, logo que o salário cai na conta, uma
fatia já é destinada automaticamente ao investimento que você escolher. Dessa
forma, não há desculpas de esquecimento ou falta de dinheiro no fim do mês. O
ideal é que pelo menos 15% do salário sejam colocados em investimentos, se você
não tiver dívidas para pagar.
Ter dívidas caras: outro erro comum que as pessoas cometem é entrar em
dívidas caras, como cheque especial e rotativo do cartão de crédito, para
fechar as contas. Os juros rotativos do cartão, por exemplo, ultrapassam 400%
ao ano. Há opções mais baratas no mercado, como o empréstimo pessoal. Se você
está com alguma dessas dívidas, a dica é substitui-la por outra mais barata.
Você pode, por exemplo, pegar um empréstimo pessoal (juros de 50% ao ano) para
quitar a dívida com cartão de crédito (400% ao ano). Se não conseguir o
crédito, tente negociar com a instituição financeira novas condições para pagar
o empréstimo. Muitas pessoas conseguem diminuir os juros assim.
Montar um plano de ação é o primeiro passo para
retomar as rédeas de sua vida financeira, mas é preciso também ter disciplina e
força de vontade para segui-lo ao longo do ano. O esforço vale a pena. Se tantos
já conseguiram, você também consegue.
Acerte na conta
Incorporar alguns conhecimentos e atitudes vai
ajudá-lo a traçar uma estratégia mais realista para o seu dinheiro
- Salário no bolso é o salário líquido. Cuidado com a renda-base de seu orçamento. Salário é
o que cai na conta, e não o salário bruto, que vem no holerite.
- Entenda quanto você gasta em cada categoria. Feito isso, trace limites realistas para elas,
pensando se você vai conseguir cumprir.
- Anote todos seus gastos. O objetivo é saber quanto você já gastou do
planejado em cada categoria. Alguns aplicativos fazem isso de forma automática.
- Não conte com a sorte. Não espere ganhar na loteria ou receber um aumento,
se está precisando de uma renda extra. Procure alguma ocupação para as
horas vagas que possa complementar o orçamento.
- Reserve dinheiro para emergências. A recomendação é guardar até seis salários para
urgências. Exemplo: se seu salário é de 3 000 reais, junte 18 000 reais. A dica
é poupar pelo menos 15% ao mês, ou 450 reais.
- Identifique os vilões do seu orçamento. Liste suas principais despesas e trace um plano para
reduzi-las. Você sabe quanto gasta com táxi ou com o café após o almoço?
Precisa jantar fora de casa três vezes na semana? Questione seus hábitos mais
caros.
- Confira suas finanças toda semana. Ter uma vida financeira saudável passa pela
disciplina de monitorar seus gastos constantemente, para não perder o controle.
- Deixe o cartão de crédito em casa. Isso vai
fazê-lo pensar duas vezes antes de comprar algo.
Matéria disponível em: http://vocesa.uol.com.br/noticias/dinheiro/os-piores-erros-de-planejamento-financeiro.phtml
Autor: Futura
Fonte: Futura