sexta-feira, 6 de outubro de 2017 07:03
Rombo
na Previdência atingirá R$ 202 bi em 2018, diz ministro.
O déficit da Previdência Social deve
atingir R$ 202 bilhões em 2018, apontou o ministro do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Henrique de Oliveira, ao participar de evento
do setor imobiliário, realizado no dia 04/08/2017, em São Paulo.
Ele também calculou o déficit das
pensões dos servidores públicos em R$ 70 bilhões. "Existe uma tentativa de
se dizer que não existe déficit na previdência. Ele existe sim e está crescendo
muito rápido para R$ 202 bilhões em 2018. Um aumento nesse gasto de R$ 50
bilhões representa o dobro dos R$ 25 bilhões de investimento [público] na
economia", comparou.
A previsão para 2017 está calculada em
R$ 175 bilhões, após um rombo de R$ 149,73 bilhões em 2016, e de R$ 85,81
bilhões no exercício de 2015.
Oliveira contou que as despesas com
previdência já representam 57% do orçamento federal. "O governo se
transformou numa máquina de redistribuir dinheiro, tira de uma parte da
economia para pagar à outra", comentou o ministro.
Aos jornalistas, Oliveira disse que
esse rombo é "insustentável" e repetiu a expectativa da equipe
econômica de que a Reforma da Previdência Social será pautada para votação em
setembro na Câmara dos Deputados, com a aprovação [prevista] até o final do
próximo mês de outubro. "Estamos conversando com as lideranças do
Congresso e a nossa intenção e desejo é de que isso avance o mais rápido
possível. Essa é a reforma mais importante para a estabilização fiscal do
País", afirmou o ministro.
Presente no mesmo evento, o ministro
da Fazenda Henrique Meirelles, disse à imprensa que o governo federal fará uma
avaliação sobre a arrecadação tributária antes de tomar qualquer decisão sobre
uma eventual mudança na meta fiscal deste ano, que apresenta um déficit
primário de R$ 139 bilhões.
Vamos entender melhor o porquê deste
debate. A Previdência Social é um dos principais desafios da economia
brasileira para as próximas décadas. Há problemas sérios no desenho de nosso
sistema de repasse de aposentadorias e pensões, o qual precisa ser ajustado
diante das mudanças demográficas (transformações da população brasileira) que
já estão ocorrendo e que se acentuarão nos próximos anos.
O ponto é: a demografia do Brasil
mudou, os brasileiros estão tendo menos filhos e vivendo por mais tempo – o que
não é ruim, mas coloca a nossa Previdência Social em xeque.
É principalmente por isso que o modelo
adotado no País precisa ser adaptado. O mais preocupante não são os gastos da
Previdência hoje, mas sim sua trajetória ao longo dos próximos anos.
No Brasil, o sistema previdenciário é
do tipo repartição. Em outras palavras, o governo taxa os trabalhadores em
idade ativa hoje (a chamada contribuição previdenciária) e usa esse dinheiro
para pagar as aposentadorias neste mesmo período. Ou seja, quem trabalha e paga
impostos hoje para a manutenção da Previdência contribui para os repasses de
quem já está aposentado ou é pensionista – e não para a própria a aposentadoria.
Se há muitos trabalhadores para poucos
aposentados, o sistema de repartição funciona muito bem. O problema desse
modelo é quando diminui o número de trabalhadores em relação ao de aposentados.
Daí você tem que cobrar cada vez mais impostos das pessoas em idade ativa, com
o objetivo de arrecadar dinheiro suficiente para pagar as aposentadorias. Caso
contrário, a conta não vai fechar.
Hoje, 9 trabalhadores pagam impostos
usados pelo governo para pagar cada aposentadoria. Em 20 anos, esse número
cairá para 4 trabalhadores por aposentado – indicam as projeções mais recentes.
Ou seja, ainda que sejam eliminadas
superaposentadorias e superpensões (o que seria ótimo!), teríamos ainda que botar
para andar uma reforma que limite o crescimento de gastos como consequência das
mudanças demográficas.
http://exame.abril.com.br/economia/reforma-da-previdencia-entenda-o-porque-desse-debate/
http://tamer.com.br/ftp/Noticias/070817/Dci_07agosto.pdf
Autor: Futura
Fonte: Futura