segunda-feira, 15 de janeiro de 2024  09:10

Educação Financeira: Terapia financeira - o que é e quando é indicada




Entender como as emoções estão ligadas às decisões sobre dinheiro é o ponto de partida da terapia financeira.

Saber cuidar da vida financeira vai muito, muito além de fazer bons cálculos. A relação que temos com o dinheiro está diretamente ligada às nossas emoções também. E é para melhorar esse relacionamento que existe a terapia financeira, ou seja, consultoria profissional para pessoas com dificuldade em fazer o estilo de vida caber no orçamento.

Conheça a seguir os benefícios da terapia financeira e veja quem pode ser beneficiado por ela.

O que é terapia financeira

A terapia financeira é um acompanhamento psicológico especializado, que busca na raiz das emoções as origens do estresse financeiro. É uma abordagem mais profunda que as formas práticas de administrar o dinheiro – que também são importantes, mas nem sempre suficientes.

Em muitos casos, pode ser simplista demais acreditar que uma pessoa que gasta mais que ganha precisa apenas aprender a se organizar. Criar tabelas e planilhas ajuda bastante, mas as emoções também influenciam as escolhas financeiras.

Esse estresse financeiro pode ser definido como um mal-estar contínuo em relação ao dinheiro. Isso gera ansiedade no dia a dia e impede a concretização de sonhos quando envolvem planejamento financeiro.

O trabalho do terapeuta é fazer com que o paciente entenda os gatilhos que despertam os comportamentos prejudiciais às finanças pessoais – como compras por impulso, gastos excessivos com delivery de comida, aquisição de serviços e produtos que não correspondem ao padrão de vida atual. A partir desse entendimento, novos hábitos podem ser desenvolvidos.

Como saber se a terapia financeira é necessária

Nem todo mundo que eventualmente entrou na lista de inadimplência ou que perdeu o controle das contas por alguns meses precisa necessariamente de terapia. Muitas vezes essas situações são pontuais, causadas por imprevistos, e nesses casos a pessoa consegue identificar com facilidade o que a levou às dívidas.

Mas quando o endividamento e a ansiedade em relação ao dinheiro são recorrentes, talvez seja preciso avaliar a necessidade de ajuda profissional. Dificuldade em alcançar objetivos financeiros durante anos pode ser um sintoma de entraves emocionais, e normalmente não é uma questão isolada.

A ajuda profissional é indicada principalmente se essa questão vem acompanhada de alteração na rotina, insônia e isolamento de grupos de amigos ou familiares. A dificuldade em lidar com o dinheiro também é definida por especialistas como fobia financeira, uma sensação de repulsa a qualquer tipo de contato com as próprias finanças.

Alguns comportamentos que podem ser trabalhados com terapia financeira:

     Dificuldade em compartilhar a situação com os familiares.

     Insônia gerada por preocupação com dívidas.

     Compras por impulso.

     Isolamento do grupo de amigos devido à situação financeira.

     Sintomas de ansiedade no momento de pagar contas ou gerenciar o dinheiro.

     Impossibilidade de atingir metas financeiras que estariam ao alcance dos ganhos.

3 bons hábitos para praticar

Questionar as emoções e as motivações que regem as escolhas financeiras é uma ferramenta de autoconhecimento que pode ser praticada por todos. O exercício individual não substitui a ajuda profissional, é claro, mas pode auxiliar a entender melhor a forma como gastamos o nosso dinheiro. Experimente aplicar estes 3 hábitos na vida financeira:

  • Se estiver se sentindo triste, não vá as compras

Em momentos de vulnerabilidade emocional é ainda mais difícil aplicar as decisões racionais com o dinheiro. Ao se sentir triste ou ansioso, não faça das compras uma forma de compensação. Busque se conhecer e entender que outras atividades podem ajudar nesse momento, como uma caminhada ao ar livre ou encontro com amigos.

  • Crie uma “regra da espera”

Estabeleça um tempo de espera entre o desejo de comprar e a compra de fato. Esse mecanismo ajuda a evitar os gastos feitos por impulso. O ideal é aguardar pelo menos 24 horas. Depois que se passa um dia, é mais fácil avaliar o que motivou o desejo pela compra e entender se o produto é realmente necessário.

  • Estabeleça o que tem valor para você

É importante elencar as coisas que mais agregam valor à sua vida e fazer escolhas financeiras de acordo com elas. Muitas vezes estamos gastando dinheiro para bancar sonhos de consumo que sequer refletem a nossa personalidade. Algumas pessoas passam o ano sonhando com uma viagem de férias, mas outras adoram ficar em casa e preferem investir em decoração, por exemplo. Economize no que tem menos valor para você e invista no que traz uma satisfação emocional maior.

Autor: Mariana Furlan

Fonte: Serasa